Nessa segunda-feira (02), as ações da Nu Holdings (NYSE: NU), conhecida popularmente como Nubank, sofreram uma queda de mais de 5% na bolsa de valores.
Esse desempenho colocou a empresa como a pior entre as gigantes listadas nos Estados Unidos com valor de mercado acima de US$ 50 bilhões.
Mas o que causou essa turbulência no mercado?
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O rebaixamento do Citi e Suas motivações
A principal razão para essa queda significativa foi o rebaixamento do Nubank pelo banco Citi, que ajustou sua recomendação de “Neutro” para “Venda”.
Além disso, a meta de preço das ações foi reduzida de US$ 14,60 para US$ 11,00.
Essa decisão reflete preocupações crescentes com a alta avaliação da empresa, além de uma desaceleração operacional no Brasil, principal mercado do banco digital.
Apesar de reconhecer o potencial de expansão do Nubank, o Citi destacou que a valorização de 50% nas ações em 2024 elevou o preço para múltiplos considerados altos, como 24,2 vezes o lucro por ação (P/L) e 6,2 vezes o valor contábil (P/BV).
Isso, segundo analistas, é visto como excessivo, especialmente diante dos sinais de desaceleração no desempenho financeiro da empresa.
Desafios operacionais e impactos no terceiro trimestre
Os resultados do terceiro trimestre de 2024 reforçaram as preocupações. Entre os destaques negativos estão:
- Redução na receita média por conta (ARPAC): Uma queda discreta, mas significativa, que indica menor monetização dos clientes.
- Aumento nos custos de financiamento: O impacto foi sentido principalmente no Brasil e no México, mercados essenciais para o Nubank.
- Queda no NII e no NIM ajustado ao risco: A margem de juros líquida (NIM) foi pressionada, assim como o lucro antes dos impostos, que se manteve estável após vários trimestres de crescimento contínuo.
O segmento de cartões de crédito, tradicionalmente um dos motores de crescimento da empresa, também apresentou sinais de enfraquecimento, levando a dúvidas sobre a capacidade do Nubank de sustentar sua trajetória de expansão no curto prazo.
Por que o Mercado Brasileiro É Tão Crucial?
Com mais de 110 milhões de clientes distribuídos no Brasil, México e Colômbia, o Nubank é amplamente reconhecido como uma das maiores plataformas de serviços financeiros digitais do mundo.
No entanto, o mercado brasileiro continua sendo o pilar de seu crescimento e lucratividade.
No Brasil, o Nubank revolucionou o setor bancário ao oferecer serviços simples, sem tarifas abusivas e totalmente digitais.
Porém, com a economia brasileira enfrentando desafios e o aumento do custo do crédito, o banco começa a sentir os impactos em seu desempenho.
A estratégia de diversificação de produtos, como empréstimos consignados, está em andamento, mas esses fluxos de receita alternativos ainda levarão tempo para compensar as quedas nos segmentos mais tradicionais, como cartões de crédito e empréstimos pessoais.
O Que Isso Significa para os Investidores?
O rebaixamento do Citi pode ser interpretado como um alerta para os investidores, indicando que o mercado está mais cauteloso em relação às expectativas de crescimento do Nubank.
A recomendação de venda sugere que, no momento, realizar lucros pode ser uma decisão mais prudente, dado o alto nível de avaliação das ações.
Para os investidores que ainda acreditam no potencial de longo prazo da empresa, o momento pode ser de paciência.
A capacidade do Nubank de superar desafios e inovar continuará sendo o principal diferencial competitivo, mas o cenário de curto prazo exige maior atenção e análise criteriosa.
Uma Nova Estratégia para o Futuro
Diante desse contexto, o Nubank deve adotar uma postura mais conservadora em suas operações e revisitar sua estratégia para manter a confiança do mercado.
A priorização de eficiência operacional e o fortalecimento de novos produtos, como os empréstimos consignados, serão fundamentais para sustentar o crescimento.
Além disso, a capacidade de adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado será essencial para enfrentar as dificuldades.
A experiência do Nubank em criar soluções inovadoras, aliada à sua forte base de clientes, pode ser o diferencial necessário para reverter o quadro atual.
Conclusão
A queda das ações do Nubank reflete um momento de ajuste, tanto para a empresa quanto para seus investidores.
Embora o rebaixamento do Citi tenha colocado os holofotes nos desafios imediatos, a trajetória de longo prazo do banco digital ainda depende de sua capacidade de inovar e crescer de forma sustentável.
Para os investidores, é hora de reavaliar suas estratégias e acompanhar de perto os próximos passos do Nubank, especialmente no Brasil, que continua sendo o principal campo de batalha para a empresa.
Com mais de uma década liderando a transformação digital no setor financeiro, o Nubank já provou que sabe enfrentar desafios.
O mercado agora aguarda para ver como a empresa responderá a esta nova fase de sua jornada.
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