O dólar segue em alta nesta terça-feira (17), chegando à marca de R$ 6,18.
Essa elevação ocorre em um contexto de preocupações com as contas públicas e a expectativa de investidores em relação à votação de um pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional.
Na máxima do dia, a moeda norte-americana alcançou R$ 6,1850, marcando mais um capítulo na sequência de recordes do câmbio.
A situação reflete a combinação de fatores como a percepção negativa do mercado em relação à política fiscal e os impactos da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada recentemente.
Cenário Fiscal e Pacote de Cortes de Gastos
O governo federal enviou ao Congresso um pacote de cortes de gastos que visa economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e um total de R$ 375 bilhões até 2030.
A intenção é conter o descontrole das contas públicas e gerar confiança nos investidores.
Entretanto, a percepção do mercado em relação às contas do governo segue negativa, gerando pressão adicional no dólar.
A expectativa é que a Câmara dos Deputados analise o pacote ainda nesta semana, a última antes do recesso parlamentar.
Apesar disso, analistas apontam que as chances de desidratação das medidas podem ser significativas, considerando o contexto político e a necessidade de articulações para garantir a aprovação.
Banco Central Entra em Cena
O Banco Central (BC) tem tentado conter a alta do dólar por meio de leilões de swap cambial e outras intervenções no mercado.
Na manhã desta terça, por volta das 9h40, uma dessas ações conseguiu reduzir momentaneamente a pressão sobre o real. No entanto, o movimento de alta da moeda norte-americana foi retomado logo em seguida.
Essa intervenção ocorre em meio à repercussão da ata da última reunião do Copom, divulgada nesta semana.
O documento destacou a preocupação com a disparada do dólar e o impacto dessa dinâmica na economia brasileira.
Selic em Alta e Perspectivas para 2025
Na última quarta-feira (11), o Copom anunciou um aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic, que passou de 11,25% para 12,25% ao ano.
Além disso, o Comitê sinalizou novas altas de mesma magnitude nas próximas reuniões, previstas para os primeiros meses de 2025.
Caso confirmadas, a Selic pode chegar a 14,25% ao ano.
A decisão foi justificada pelo BC como uma tentativa de conter os impactos da alta do dólar e controlar as expectativas de inflação, além de fortalecer a confiança do mercado em meio às incertezas fiscais.
Recordes no Câmbio
Na segunda-feira (16), o dólar já havia registrado um novo recorde nominal, cotado a R$ 6,0942 no fechamento do dia, com uma alta de 0,99%.
Durante a sessão, a moeda chegou a atingir R$ 6,0980 em sua máxima. Com isso, acumulou:
- Ganho de 0,99% na semana;
- Alta de 1,56% no mês;
- Avanço de 25,59% no ano.
Esses resultados reforçam o cenário de pressão cambial que o Brasil enfrenta atualmente.
Ibovespa: Movimento Modesto em Meio ao Turbilhão
Enquanto o dólar segue sua escalada, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, opera de forma mais contida.
Nesta terça-feira, o indicador subiu 0,09%, alcançando 123.673 pontos.
Na sessão anterior, o Ibovespa recuou 0,84%, fechando aos 123.560 pontos. Com isso, acumulou:
- Queda de 0,84% na semana;
- Perda de 1,68% no mês;
- Recuo de 7,92% no ano.
O desempenho reflete a cautela dos investidores em relação ao ambiente econômico e político, além dos impactos diretos da alta do dólar.
O Que Esperar nos Próximos Dias
Especialistas avaliam que o cenário cambial deve permanecer volátil nas próximas semanas, especialmente diante da expectativa pela votação do pacote de cortes de gastos e pela continuidade da política monetária do Banco Central.
A incerteza em relação ao ajuste fiscal e a pressão cambial podem manter o dólar em patamares elevados, enquanto o aumento da Selic busca equilibrar as expectativas do mercado.
Conclusão
A recente alta do dólar reforça a importância de medidas concretas para estabilizar a economia brasileira.
Entre as ações necessárias, estão a aprovação de um pacote fiscal robusto e a continuidade de políticas monetárias eficazes.
O cenário permanece desafiador, mas a articulação entre governo, Banco Central e Congresso pode ser a chave para superar a turbulência e retomar a confiança no mercado.
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