Piscinão construído para evitar enchentes causa alagamentos em bairro de Poá, dizem moradores

Quem vive no local diz que a falta de manutenção da estrutura está afetando bairros próximos; eles também reclamam dos estragos deixados pela obra nas ruas. Já em Ferraz de Vasconcelos, a Prefeitura iniciou as obras de uma bacia de contenção de água.

Os moradores de Poá estão insatisfeitos com o piscinão da cidade. A estrutura, construída justamente para conter as enchentes, estaria provocando alagamentos em pontos do Jardim Estela. Quem vive no local também reclamam que os estragos provocados pela obra nas ruas, como os danos no asfalto, nunca foram consertados.

A Prefeitura informou que abriu licitação para a limpeza do piscinão e que a manutenção das vias está na programação (veja detalhes abaixo).

Já em Ferraz de Vasconcelos, a Prefeitura começou as obras de uma bacia de contenção, que também promete acabar com as enchentes e resolver um problema antigo dos moradores.

A população já não sabe mais a quem recorrer. Há anos eles esperam a conclusão das obras do piscinão de Poá. A professora Andréia Fernandes diz que tudo começou com uma promessa de campanha que nunca se tornou realidade.

“Fui à Prefeitura várias vezes cobrar os meus direitos. Eles disseram que foi problema da empresa que terminou o piscinão e não conseguiram pavimentar a rua. Era tudo um pacote só, estava embutido. Ao término do piscinão, a pavimentação da rua e a restauração do bairro”, comenta.

“Tirou da população nossa dignidade, as crianças não podem mais sair na rua, a escola está fechada, todas as crianças do bairro têm que pagar perua, se deslocar para outros bairros. Os professores que trabalhavam na região também foram amontoados em outras escolas. Só nos trouxe caos”.

Desde quando os trabalhos começaram, a Rua Batatais, no Jardim Estela, foi a mais prejudicada, como relata a aposentada Ilda de Souza. “Aqueles caminhões quebraram tudo. Agora dizem que lá não está escrito que aqui teve asfalto. Aqui sempre teve asfalto. A gente pagou por isso e a gente paga. Se a gente não pagar imposto, eles cobram”.

“Essa rua era a melhor rua que tinha. Era cheio de criança brincando aqui. A rua nem criança mais tem. Nem tem como, que a rua está jogada às traças. Ninguém mais faz nada. A gente mesmo tem que estar limpando”, desabafa a dona de casa Fátima dos Santos.

Os moradores relatam que entra prefeito, sai prefeito, o piscinão continua do mesmo jeito. A cobrança do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), porém, fica cada vez mais cara. “Todo ano. A luz, água, tudo aumenta”, afirma Fátima.

O descaso é grande e os moradores estão cansados de esperar. Além de todos esses problemas, eles ainda precisam lidar com a enchente. Eles afirmam que na última vez a água chegou a mais de um metro de altura. Uma preocupação que está longe do fim.

“Toda vez, quando chega aquela época do verão, começa a dar aquela preocupação muito forte na gente. É um medo que eu tenho. Eu moro aqui há 14 anos e, desde que eu mudei pra cá, sempre foi a mesma história. Enche tudo, começa a vir a água, não tem vazão”, pontua a dona de casa Rosana Floriano.

Imagens registradas por moradores mostram o momento em que a rua fica toda alagada durante uma tempestade (assista acima). “Na minha casa já entrou água, mesmo com piscinão. Se a chuva for muito forte, a água chega até a garagem. Se ficar uma noite toda chovendo, entra água até dentro de casa. Mesmo com piscinão”, diz Ilda.

O Diário TV já mostrou o drama dos moradores em outras ocasiões. Em 2019, a situação do piscinão era a mesma. “A gente se sente uma palhaça, um abandono total. Eles não estão nem aí para a gente. Aqui parece que a gente não vive. É lixo, é tudo. A gente paga imposto. Ninguém deixa de pagar”, completa Rosana.

A Prefeitura de Poá informou que abriu licitação para poder fazer a limpeza do piscinão e também de todos os córregos da cidade. Sobre a Rua Batatais, a equipe da Secretaria de Obras Públicas informou que fez vistorias na rua esta semana e ela foi incluída na programação de obras de recuperação do asfalto.

Em Ferraz de Vasconcelos, a Prefeitura começou a construção de uma nova bacia de contenção para ajudar a evitar enchentes, principalmente, na região central da cidade.

Um trator trabalha na limpeza do terreno, onde será o feito o tanque de contenção. A diferença dele, em relação a um piscinão, é que o tanque não precisa de bombas e outros equipamentos, mas pode receber um grande volume de água.

A construção fica na região da Vila Romanópolis, uma área de 5,4 mil metros quadrados. O tanque terá quase cinco metros de profundidade e capacidade para armazenar 18 milhões de litros de água.

Um investimento orçado em R$ 3,4 milhões mil reais, sendo que 80% desse valor vai ser recebido por meio do Governo do Estado, graças a uma parceria. O secretário de planejamento Hodirlei Martins falou sobre a obra.

“Estamos aqui na fase da limpeza. Depois vai ser a fase da escavação e depois o acabamento. Vão ser colocadas comportas e todos os aparatos necessários para conter esse grande volume de chuva que vem por aí”,

“Com esse tanque de contenção, a região central, a região do comércio e a região da estação ferroviária de Ferraz de Vasconcelos, vão ser beneficiadas. Nós temos previsão de seis meses para a entrega da obra”, completa.

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