Mães de crianças de até 12 Anos poderão cumprir prisão domiciliar
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Mães de crianças menores de 12 anos poderão cumprir prisão domiciliar

O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão de grande impacto social nesta quinta-feira (9). O ministro Gilmar Mendes determinou a realização de mutirões carcerários para implementar a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar para mães de crianças menores de 12 anos.

Essa medida, além de atender às normas legais, busca resguardar os direitos fundamentais das crianças afetadas pelo encarceramento de suas mães.

O caso que motivou a decisão

A decisão do STF teve origem em um habeas corpus apresentado pela defesa de uma mulher presa preventivamente por tráfico de drogas.

A mulher, mãe de uma criança de 4 anos, foi detida com 5 gramas de crack. O ministro considerou que a quantidade de droga era ínfima e que a situação da mãe precisava ser analisada com base no princípio do melhor interesse da criança.

Segundo o ministro Gilmar Mendes, a decisão não é apenas uma concessão à mulher presa, mas uma forma de proteger os direitos de crianças impactadas pela ausência da figura materna.

“A ré permanece presa cautelarmente, mas passa a cumprir a segregação em seu domícilio, garantindo os cuidados necessários aos filhos menores”, explicou o ministro.

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Princípios da decisão

A substituição da prisão preventiva pela domiciliar é respaldada pela legislação brasileira, conforme o artigo 318 do Código de Processo Penal. Essa medida pode ser aplicada para:

  • Mulheres gestantes;
  • Mães ou responsáveis por crianças menores de 12 anos;
  • Pessoas responsáveis por pessoas com deficiência.

Os objetivos dos mutirões carcerários

O ministro destacou a necessidade de revisar os casos de mulheres presas preventivamente que se enquadram nos requisitos para a prisão domiciliar.

Para isso, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) será responsável por coordenar os mutirões carcerários.

Os objetivos principais incluem:

  1. Revisão das Prisões: Avaliar se as mulheres presas preenchem os requisitos para a substituição da prisão preventiva.
  2. Apuração das Condições de Encarceramento: Verificar as condições em que essas mulheres estão detidas.
  3. Ações de Cidadania: Promover iniciativas de ressocialização, como educação, capacitação profissional e suporte emocional.
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Impactos da decisão

Para as famílias

O encarceramento de mulheres com filhos pequenos pode causar uma ruptura drástica na estrutura familiar. Crianças separadas de suas mães sofrem impactos psicológicos significativos, incluindo:

  • Sentimentos de abandono;
  • Problemas comportamentais;
  • Dificuldades de aprendizado.

Com a prisão domiciliar, essas crianças podem manter o convívio com suas mães, reduzindo o trauma e assegurando um desenvolvimento mais saudável.

Para o sistema prisional

A medida também contribui para a redução da superlotação carcerária, um problema crônico no Brasil.

Segundo dados do CNJ, cerca de 44% das mulheres presas estão em situação de prisão provisória, o que reforça a importância de revisão desses casos.

Como funciona a prisão domiciliar?

Na prisão domiciliar, as mulheres devem cumprir uma série de condições, que podem incluir:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Restrição de saídas de casa;
  • Fiscalização periódica por agentes da Justiça.

Caso haja descumprimento, o juiz pode determinar o retorno à prisão preventiva.

Conclusão

A decisão do STF reforça a importância de uma Justiça que leva em conta os aspectos humanos e sociais das leis.

Garantir que mães possam cuidar de seus filhos mesmo em situação de segregação é uma medida que não apenas beneficia as crianças, mas também contribui para a ressocialização das mulheres envolvidas.

Essa ação marca um passo significativo na busca por um sistema de Justiça mais equitativo e humanizado.

A expectativa é que os mutirões carcerários tragam resultados concretos, promovendo não apenas a revisão de casos, mas também a dignidade e os direitos das mulheres e de suas famílias.

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