O dólar alcançou a marca histórica de R$ 6 nesta quinta-feira (28), intensificando preocupações no mercado financeiro.
A valorização da moeda norte-americana reflete tanto incertezas econômicas internas quanto tensões externas.
Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda expressiva, ampliando o clima de cautela.
Na véspera, o dólar já havia fechado em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124, enquanto o Ibovespa encerrou o dia com retração de 1,73%, marcando 127.669 pontos.
O cenário reflete a reação do mercado às novas propostas do governo federal, que incluem cortes de gastos, isenção de Imposto de Renda (IR) para contribuintes de baixa renda e taxação dos mais ricos.
Em coletiva de imprensa nesta manhã, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil) detalharam as medidas anunciadas na quarta-feira (27). O governo propõe:
Essas propostas têm como objetivo equilibrar as contas públicas e demonstrar compromisso com o arcabouço fiscal, ou seja, o conjunto de regras que visa manter a sustentabilidade das finanças do país.
Contudo, especialistas alertam para os desafios de conciliar as metas de ajuste fiscal com o aumento de benefícios sociais.
A valorização do dólar está diretamente ligada à desconfiança dos investidores em relação à capacidade do governo de implementar as novas medidas.
Embora os cortes anunciados sejam significativos, a isenção do IR pode gerar um custo adicional para os cofres públicos, estimado em até R$ 40 bilhões anuais, segundo economistas.
Além disso, fatores externos, como a alta dos juros nos Estados Unidos, tornam investimentos em países emergentes menos atrativos.
Isso faz com que investidores retirem recursos do Brasil, pressionando a cotação da moeda.
Até as 11h50 desta quinta-feira, o dólar registrava alta de 1,30%, sendo negociado a R$ 5,9894. Durante a manhã, chegou a atingir a marca simbólica de R$ 6,009.
O principal índice da bolsa brasileira operava em queda de 1,25%, marcando 126.075 pontos no mesmo horário. O índice acumula:
Para Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, a promessa de isenção de IR é uma vitória política, mas pode enfraquecer o impacto do pacote de cortes. “O custo dessa medida poderá comprometer o equilíbrio fiscal.
O mercado reage com cautela, buscando entender como o governo financiará essa isenção sem aumentar a dívida pública.”
Já Matheus Pizzani, economista da CM Capital, afirma que os benefícios imediatos para o consumo das famílias não compensam o custo fiscal.
“O mercado busca previsibilidade. Sem clareza sobre as compensações, há receio de que a dívida aumente ainda mais.”
O governo terá o desafio de convencer o mercado de que as medidas são sustentáveis e equilibradas.
A expectativa é que novos anúncios sejam feitos nos próximos dias, detalhando como as despesas adicionais serão compensadas.
Investidores continuam monitorando de perto a evolução das contas públicas, enquanto aguardam sinais mais claros de comprometimento com o equilíbrio fiscal.
Até lá, a volatilidade no câmbio e na bolsa deve permanecer elevada.
Conclusão: A marca histórica de R$ 6 no dólar reflete tanto os desafios domésticos quanto o impacto de tensões globais.
As novas medidas econômicas buscam melhorar a situação fiscal, mas ainda há dúvidas sobre sua viabilidade.
A reação do mercado indica que a confiança dos investidores dependerá de como o governo implementará essas ações.
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